Francisca Cerqueira e sua amiga Maria José |
Poema de Francisca Maria Cerqueira da Silva
TRAGÉDIA
Na noite fugidia,
Silenciosamente vultos
Espreitando-se pelas sombras;
O medo me deixa inerte...
Os passos são conhecidos...
Profusão de sentimentos,
Sonhos não realizados...
Desejos não alcançados...
O êxtase na noite quente
Foi pouco e será nada...
Abraços, beijos ardentes
Antes que seja já tarde.
Urge aproveitar
A efêmera beleza.
Os passos aproximam-se
Silenciosos,
Deixando suas marcas
A cada noite,
Mas em pleno dia
Também estão presentes,
A cada hora
Agem impenitentes,
Arquejando
Na ânsia do encontro.
Não há fuga, Não há esconderijo,
Só há que esperar as senhoras,
Antes do tempo e da sorte,
Vultos da noite interior,
As donas da vida:
A velhice e a morte.
(Antologia de Poesias - livro publicado em 2002, editora Degaspari, vários autores)
Nenhum comentário:
Postar um comentário